terça-feira, 1 de abril de 2014

Ambiguidade


Ambiguidade ou anfibologia é o nome dado, dentro da linguística na língua portuguesa, à duplicidade de sentidos, onde alguns termos, expressões, sentenças apresentam mais de uma acepção ou entendimento possível. Em outras palavras, ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase. Apesar de ser um recurso aceitável dentro da linguagem poética ou literária, deve ser na maioria das vezes, evitado em construções textuais de caráter técnico, informativo, ou pragmático.
A ambiguidade ocorre quando há duplicidade de sentido em uma frase. (Foto: © iStock.com / PIKSEL)
A palavra tem origem no latim “ambiguitas”, que possui significado similar ao vocábulo no português: incerteza, equívoco. Ao contrário das figuras de linguagem, que são ferramentas à disposição do usuário da língua, e que dão realce e beleza às mensagens emitidas, a ambiguidade é colocada no grupo das espécies de vícios de linguagem. Os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais, e, na maioria das vezes, costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. O uso da ambiguidade pode resultar na má interpretação da mensagem, ocasionando múltiplos sentidos. É importante lembrar que toda comunicação estabelece uma finalidade, uma intenção para com o interlocutor, e para que isso ocorra, a mensagem tem de estar clara, precisa e coerente.
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e mesmo enunciados inteiros podem acarretar duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. Na publicidade observamos o uso e o abuso da linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos de palavras, procurando chamar a atenção do interlocutor para a mensagem. Caso o autor não se julgue preparado para utilizar corretamente a ambiguidade, é preferível uma linguagem mais objetiva, com vocábulos ou expressões que sejam mais adequadas às finalidades requeridas.
Os tipos comuns de ambiguidade, como vício de linguagem são:

Uso indevido de pronomes possessivos


A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto.
Qual quarto? o da mãe ou da filha? Para evitar ambiguidade:

A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto.
Outro exemplo:

Vi o João andando com seu carro.
O carro em questão pode ser do próprio João, ou da pessoa a quem a mensagem foi dirigida.

Vi o João andando com o carro dele.

Colocação inadequada das palavras

A criança feliz foi ao parque.
A criança ficou feliz ao chegar no parque, ou estava assim antes?
Feliz, a criança foi ao parque.

Uso de forma indistinta entre o pronome relativo e a conjunção integrante


A estudante falou com o garoto que estudava enfermagem.
Quem estuda enfermagem, a estudante ou o garoto?

A estudante de enfermagem falou com o garoto;
ou

A estudante falou com o garoto do curso de enfermagem;

Uso indevido de formas nominais


A moça reconheceu a amiga frequentando a academia.
Quem estava na academia? a moça ou a amiga?

A moça reconheceu a amiga que estava frequentando a academia.
ou

A moça, na academia, reconheceu a amiga.

Ambiguidade

 
Má colocação do Adjunto Adverbial

Exemplos: Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias.

As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente ou são frequentemente mais sadias porque recebem leite?

Eliminando a ambiguidade: Crianças que recebem frequentemente leite materno são mais sadias.
Crianças que recebem leite materno são frequentemente mais sadias.

Uso Incorreto do Pronome Relativo

Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.

O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.

Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.

Má Colocação de Pronomes, Termos, Orações ou Frases

Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.

O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?

Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.

Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.

Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?

Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um mendigo que estava sentado na varanda.
O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

Personificaçao

personificação (português europeu) ou prosopopeia (português brasileiro) (ou prosopeia ou também propeia, no Brasil) é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.1 2 3
Personificação pode ser descrito como uma figura de linguagem em que um objeto inanimado é personificado, ao atribuir características humanas e qualidades para isso. Em outras palavras, sempre que as emoções, desejos, sensações, gestos físicos e de fala são apresentados no contexto de coisas não-vivas, a personificação é dito ter ocorrido. Através da técnica, descrevemos coisas inanimadas como humano.3 1 2

Exemplos de personificação:
"O Gato disse ao Pássaro que tinha uma asa partida."
"O Vento morreu e o Sol também."
"A Cadeira começou a gritar com a Mesa."
"O morro dos ventos uivantes."
"O Sol amanheceu triste e escondido."
"A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há Quando cai, cai sem vontade." (Vinícius de Morais)
"A lua beijava a face do lago adormecido. "
"O fogo dançava com o vento."
"O vento assobiava na janela, durante a noite."
"O sol brilhava contente na manhã seguinte."
"O carro não aguentava mais, tantos anos de trabalho."
"As árvores acariciaram os pássaros."

Personificação



As figuras de estilo, assim intituladas em Portugal, ou de linguagem, como são mais conhecidas no Brasil, são estratagemas que um autor pode empregar no discurso para provocar certa impressão na exegese do leitor. São instrumentos expressivos mais concentrados em partes do texto. É um instrumento amplamente utilizado no cotidiano de todos, nas músicas e na literatura. Personificação ou prosopopeia é uma figura de linguagem que constitui a ação de conferir a artefatos desprovidos de energia vital ou aos animais emoções ou atos inerentes ao Homem. Isso envolve conceder um afeto, por exemplo, a algo que jamais poderá expressar um sentimento, porém esse ser terá condições de indicar uma dada emotividade a um humano.
Assim, se um autor diz que o céu chorava, pode estar transmitindo uma sensação de tristeza para o leitor. Ou se apresenta uma fonte risonha, está tentando passar um sentimento de felicidade. Nas narrativas protagonizadas por animais a personificação ganha uma acepção alegórica.
Nelas a concessão de certos traços do Homem a entidades privadas de Razão observa algumas normas, as quais são previamente estipuladas segundo os parâmetros vigentes no ambiente sócio-cultural em que vive o escritor. Desta forma gatos usam botas e realizam a jornada do herói; leões se sacrificam pelos outros animais; raposas revelam profunda astúcia, e assim por diante.
Esta figura de linguagem é um recurso muito usado pelos autores de literatura infanto-juvenil, pois lhes dá ampla liberdade para mergulhar nos mais recônditos desvãos da imaginação, algo que a ficção criada para o público adulto quase nunca possibilita. Mesmo assim alguns escritores deste gênero cultivam o realismo mágico, especialmente na América Latina.
Outros autores, como Jorge Amado e Luis Sepúlveda, compuseram histórias como O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Estas obras atuam como fábulas da era contemporânea e desta forma abolem os limites entre o que é considerado produção literária para adultos e a literatura para crianças.
Segue abaixo um poema do mineiro Carlos Drummond de Andrade. Nele está presente a personificação.
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro.
No último verso deste trecho da poesia de Drummond o medo, um sentimento, é convertido em figura paterna e é visto como companheiro, virtudes somente conferidas ao Homem.
Fontes:

Prosopopeia

O que é Prosopopeia:

Prosopopeia (ou personificação) significa atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres animados ou atribuir características humanas a seres irracionais.
Prosopopeia é uma figura de linguagem usada para tornar mais dramática a comunicação.
Exemplos:
  1. Árvores pedem socorro.
  2. O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
  3. A raposa disse algo que convenceu o corvo.
  4. As árvores são imbecis: se despem justamente quando começa o inverno.
Através desse recurso os poetas fazem os seres inanimados agirem e sentirem como pessoas humanas, intensificando assim a força dramática da descrição.
Exemplos:
  1. “Hoje  a cobiça assentou-se no lugar da equidade.” (Alexandre Herculano)
  2. “La fora, no jardim que o luar acaricia, um repuxo apunhala a alma da solidão.” (Olegário Mariano)
O significado de Prosopopeia está na categoria: Língua Portuguesa

metafora

metafora

O que é Metáfora:

Metáfora é uma figura de linguagem em que há o emprego de uma palavra ou uma expressão, em um sentido que não é muito comum, em uma relação de semelhança entre dois termos. Metáfora é um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora” significa "sem sentido". Esta palavra foi trazida do grego onde metaphorá significa "mudança" e "transposição".

Metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo, dizer que um amigo "está forte como um touro". Obviamente que ele não se parece fisicamente com o animal, mas está tão forte que faz lembrar um touro, comparando a força entre o animal e o indivíduo.

Esta figura de linguagem corresponde na substituição de um termo por outro através de uma relação de analogia. É importante referir que para que a analogia possa ocorrer, devem existir elementos semânticos semelhantes entre os dois termos em questão.

A metáfora é uma ferramenta linguística muito utilizada no dia-a-dia, sendo importantíssima na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar sem recorrer à metáfora. Uma pesquisa recente demonstra que durante uma conversa o ser humano usa em média 4 metáforas por minuto. Muitas vezes as pessoas não querem ou não conseguem expressar o que realmente sentem. Então falam frases por metáforas onde seu significado fica subentendido.

Exemplos de metáforas

Eu estou sempre dando murro em ponta de faca.
Eu carrego o mundo nos meus ombros.
Os jogadores já estão preparados e estão no gramado que é um lindo tapete verde.

Metáfora do Iceberg

A Metáfora do Iceberg consiste no facto que muitas vezes a parte visível de um iceberg desde a superfície é muito pequena quando comparada com a parte do iceberg que está submersa. Esta metáfora tem sido muito usada para explicar vários fenômenos sociais. A metáfora do iceberg é frequentemente usada para descrever a mente humana, em que a parte que fica à superfície é a parte consciente e a maior, a submersa, é a parte relativa ao subconsciente.

Esta metáfora pretende fazer com que as pessoas entendam que muitas vezes há muito mais verdade além do que os nossos olhos conseguem ver. Através dela também podemos aprender que há muita coisa além do superficial e que muitas vezes tem mais valor do que o que está à superfície e é visível para todos.

Metáfora da Vida Cotidiana

Metáfora da Vida Cotidiana (em inglês: Metaphors We Live By) é um livro da autoria de George Lakoff e Mark Johnson.

Esta obra causou um grande impacto no mundo acadêmico e segundo Kanavillil Rajagopalan, já conquistou o lugar de "clássico". George Lakoff e Mark Johnson abordam a metáfora e o seu impacto no ser humano, e com este livro desafiam a forma de pensar que vê a metáfora como um simples enfeite do pensamento. De acordo com os autores, o próprio pensamento e desenvolvimento cognitivo do ser humano está estruturado graças à metáfora, pois elas estão ligadas à forma como vemos e apreendemos o mundo externo.

No livro Metáforas da Vida Cotidiana, os autores afirmam: “A essência da metáfora é a compreensão e a experiência de uma coisa em termos de outra”.

Veja também os seguintes significados:

Pleonasmo

O significado de Metáfora está na categoria: Língua Portuguesa

metafora e comparaçao

O que é Metáfora e Comparação:

Metáfora e comparação são duas das mais conhecidas figuras de linguagem. Dentro da categoria das figuras de linguagem, elas representam figuras de palavras.
A metáfora é uma figura de linguagem que indica duas características semânticas comuns entre dois conceitos ou ideias. A metáfora é importantíssima na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar sem recorrer à metafóra. Uma pesquisa recente demonstra que durante uma conversa o ser humano usa em média 4 metáforas por minuto. Ex: "Aquele homem é um touro, nunca vi ninguém tão forte!" Neste caso, a homem é caracterizado como um touro porque é forte como esse animal. A força demonstrada é o traço semântico comum entre os dois.
A comparação é bastante semelhante à metáfora, e é usada para confrontar características ou ações de alguns elementos. A comparação pode ser simples ou por símile, quando os dois elementos são de universos ou categorias distintas. No caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim, etc). Ex: "A minha filha é como um anjo".
A metáfora e comparação são de tal forma parecidas que alguns especialistas classificam exemplos de metáfora como "comparação implícita" (porque não apresenta o elemento de conexão característico da comparação) e os exemplos de comparação como "comparação explícita".
O significado de Metáfora e Comparação está na categoria: Língua Portuguesa