AMBIGUIDADE
Ambiguidade ou anfibologia
é o nome dado, dentro da linguística na língua portuguesa, à
duplicidade de sentidos, onde alguns termos, expressões, sentenças
apresentam mais de uma acepção ou entendimento possível. Em outras
palavras, ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido
da frase. Apesar de ser um recurso aceitável dentro da linguagem
poética ou literária, deve ser na maioria das vezes, evitado em
construções textuais de caráter técnico, informativo, ou pragmático.
A palavra tem origem no latim “ambiguitas”, que possui significado similar ao vocábulo no português: incerteza, equívoco. Ao contrário das figuras de linguagem,
que são ferramentas à disposição do usuário da língua, e que dão realce
e beleza às mensagens emitidas, a ambiguidade é colocada no grupo das
espécies de vícios de linguagem.
Os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro
às normas gramaticais, e, na maioria das vezes, costumam ocorrer por
descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. O
uso da ambiguidade pode resultar na má interpretação da mensagem,
ocasionando múltiplos sentidos. É importante lembrar que toda
comunicação estabelece uma finalidade, uma intenção para com o
interlocutor, e para que isso ocorra, a mensagem tem de estar clara,
precisa e coerente.
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e mesmo enunciados inteiros podem acarretar duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. Na publicidade observamos o uso e o abuso da linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos de palavras, procurando chamar a atenção do interlocutor para a mensagem. Caso o autor não se julgue preparado para utilizar corretamente a ambiguidade, é preferível uma linguagem mais objetiva, com vocábulos ou expressões que sejam mais adequadas às finalidades requeridas.
Os tipos comuns de ambiguidade, como vício de linguagem são:
A criança ficou feliz ao chegar no parque, ou estava assim antes?
Feliz, a criança foi ao parque.
A ambiguidade ocorre quando há duplicidade de sentido em uma frase. (Foto: © iStock.com / PIKSEL)
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e mesmo enunciados inteiros podem acarretar duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. Na publicidade observamos o uso e o abuso da linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos de palavras, procurando chamar a atenção do interlocutor para a mensagem. Caso o autor não se julgue preparado para utilizar corretamente a ambiguidade, é preferível uma linguagem mais objetiva, com vocábulos ou expressões que sejam mais adequadas às finalidades requeridas.
Os tipos comuns de ambiguidade, como vício de linguagem são:
Uso indevido de pronomes possessivos
A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto.Qual quarto? o da mãe ou da filha? Para evitar ambiguidade:
A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto.Outro exemplo:
Vi o João andando com seu carro.O carro em questão pode ser do próprio João, ou da pessoa a quem a mensagem foi dirigida.
Vi o João andando com o carro dele.
Colocação inadequada das palavras
A criança feliz foi ao parque.A criança ficou feliz ao chegar no parque, ou estava assim antes?
Feliz, a criança foi ao parque.
Uso de forma indistinta entre o pronome relativo e a conjunção integrante
A estudante falou com o garoto que estudava enfermagem.Quem estuda enfermagem, a estudante ou o garoto?
A estudante de enfermagem falou com o garoto;ou
A estudante falou com o garoto do curso de enfermagem;
Uso indevido de formas nominais
A moça reconheceu a amiga frequentando a academia.Quem estava na academia? a moça ou a amiga?
A moça reconheceu a amiga que estava frequentando a academia.ou
A moça, na academia, reconheceu a amiga.
Ambiguidade
Exemplos: Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias.
As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente ou são frequentemente mais sadias porque recebem leite?
Eliminando a ambiguidade: Crianças que recebem frequentemente leite materno são mais sadias.
Crianças que recebem leite materno são frequentemente mais sadias.
Uso Incorreto do Pronome Relativo
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?
Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.
Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.
Má Colocação de Pronomes, Termos, Orações ou Frases
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.
O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?
Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.
Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.
Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?
Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um mendigo que estava sentado na varanda.
O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola